20 dezembro 2009

Religião é cancer e cinismo atrofiados no ser humano.


20/12/2009 - 12h09
da France Presse, em Jerusalém

Israel pede investigação para impedir papa Pio 12 de virar santo


Israel pediu neste domingo a abertura dos arquivos do Vaticano sobre a Segunda Guerra (1939-1945), depois da decisão do papa Bento 16, ontem (19), de acelerar o processo de beatificação do Papa Pio 12 (1939-58), criticado por seu silêncio durante o Holocausto.

"O processo de beatificação não nos diz respeito, é uma questão da Igreja Católica. Cabe aos historiadores avaliarem o papel de Pio 12, e é por isso que pedimos a abertura dos arquivos do Vaticano sobre a Segunda Guerra", disse à agência de notícias France Presse o porta-voz do ministério israelense das Relações Exteriores, Yigal Palmor.

Ontem, Bento 16, que fez neste ano uma peregrinação em Terra Santa, declarou seus dois antecessores, João Paulo 2º (1920-2005) e Pio 12, "veneráveis", o que adiantou os trâmites para que ambos se tornem santos.

No fim dos anos 60, Pio 12 foi acusado de ter tido uma atitude passiva frente ao Holocausto, o que desacelerou seu processo de beatificação, iniciado em 1967. Porém, desde que substituiu João Paulo 2º, em 2005, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, que era adolescente na época do nazismo, já defendeu Pio 12 diversas vezes.

Os arquivos do Vaticano não serão disponíveis antes de 2013, disse no ano passado o rabino David Rosen, que ajudou a negociar o "acordo fundamental" sobre o estabelecimento, em 1993, de relações diplomáticas entre Israel e a Santa Sé.

No ano passado, o ministro israelense dos Assuntos Sociais, Yitzhak Herzog, qualificou de "inaceitável" o projeto para "transformar Pio 12 em santo". "O Vaticano sabia o que estava acontecendo na Europa durante o Holocausto. O Papa se manteve em silêncio e talvez fez pior, em vez de denunciar o sangue derramado, como manda a Bíblia", afirmou.

Na Alemanha, o secretário-geral do Conselho Central dos Judeus, Stephan Kramer, disse estar "triste e furioso" com a decisão de Bento 16. "Estou ao mesmo tempo triste e furioso, pois a Igreja Católica está tentando reescrever a história. [...] É uma manipulação evidente dos fatos históricos envolvendo a época nazista."

(Texto)

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19/12/2009 - 18h27

Judeus criticam proclamação de Pio 12 como "venerável"



da Ansa, em Roma

Representantes de comunidades judaicas na Itália criticaram neste sábado a decisão de Bento 16 de promulgar o Decreto das Virtudes de Pio 12, e lembraram que o papa Eugenio Pacelli é acusado de ter se omitido diante do genocídio durante a Segunda Guerra Mundial.

"Se a decisão implicasse um julgamento definitivo e unilateral da atuação histórica de Pio 12, reiteraríamos que a nossa avaliação ainda é crítica", diz uma nota assinada pelo rabino-chefe de Roma, Riccardo Di Segni, pelo presidente da União das Comunidades Judaicas italianas, Renzo Gattegna, e pelo presidente da Comunidade Judaica de Roma, Riccardo Pacifici.

No texto, os judeus reiteram não terem o poder de "interferir de forma alguma nas decisões internas da Igreja, que tem o direito de liberdade de expressão religiosa", mas recordam que a "comissão conjunta de historiadores do mundo judeu e do Vaticano ainda esperam pelo acesso aos arquivos daquele período".

Os arquivos em discussão são os documentos particulares de Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli (nome de batismo de Pio 12), principalmente os que remetem à época de 1939. Para a comunidade judaica, é essencial analisar as informações arquivadas do período.

"Não esqueçamos também das deportações de judeus da Itália e, em particular, o trem de 1021 deportados, que partiu em 16 de outubro de 1943 em direção a Auschwitz [campo de concentração nazista], no silêncio de Pio 12", continua a nota.

Por outro lado, a declaração enfatiza que o mundo judeu "continua reconhecendo as pessoas e as instituições da Igreja que atuaram para salvar os perseguidos".

O pontificado de Pio 12 teve início em março de 1939 e foi encerrado em outubro de 1958. Ainda hoje, sua atuação durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945) ante a perseguição de judeus praticada pelo regime nazista é alvo de intensas controvérsias.

Hoje, ao receber uma delegação da Congregação para as Causas dos Santos, Bento 16 firmou diversos decretos, entre eles o que reconhece as virtudes heróicas de Pio 12, o que o eleva ao título de "venerável".

Este é o penúltimo passo da última fase do processo de beatificação, que inclui ainda a comprovação de um milagre por intercessão do venerável à proclamação como beato.

(Texto)

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Vamos lá .

Não gosto de igrejas e ou religiões, digamos que eu respeite certas visões e ou opiniões por considereção e amizade, mas hoje ao ler estas matérias me recordo de certas opiniões que possuo e são contundentes... 1º Bento 16 é um defensor dos pilares centrais do Nazismo, 2º Um maldito que manda esconder da justiça e do mundo os padres e outros pedófilos que se mascaram de pseudos homens de deus, manda esconder do mundo a podridão que a igreja já fez com a humanidade em nome de deus, quase dois mil anos de crimes, a única instituição financeira que é dona de um pais e não paga impostos, 3º Um homem que com unhas e dentes defende o poder entre os homens na igreja (um machista, um puto safado que sonha com o poder máximo da igreja na humanidade)...

Sou ateu, mas não seguinifica que sou um esganiçado na vontade de sair ofendendo os que possuem sua fé eu religião, que fique claro falo, e falo com força contra os abusos que são cometidos em nome da fé, agora sou obrigado a ler que Dito 16 quer promover um homem que apoiou a Guerra, o massacre de milhões de inocentes por conta de umas moedas e ainda por cima sediz um emissário de deus? Por mim quero que se danem o povo é idiota, imceil, e logo vão rezar para piu piu 12, chorar para realizarum milagre... Cuidado apenas paranao sero milagre da terceira guerra mundial!

Leiam um pouco sobre Bento 16, leiam sua história, mas não a história que sua avózinha conta ou que você encontra no igreja, sejam menos preguiçosos e mais racionais.

Cenas do filmes Amen do diretor Costa Gravas, pelicula que mostra um pouco de como a Igreja de Roma é tão imunda quanto nossos politicos.

Amen

Ileniel Nunes

ileniel@hotmail.com

O que é o amor?

Por diversas vezes eu me questionei o que significa esta palavra...
Resolvi que me seria mais fácil descobrir vivendo as situações que permitem tal descoberta... Admito que nem tudo são flores ou mesmo um caminhar salutável.
Sinceramente, as vezes eu lamento ter descoberto tal expressão, pensem o que desejarem... Se fosse algo fácil, não me interessaria em seguir adiante, pois haja tombo... Mas vamos lá...
Batatinha quando nasce espalha a rama pelo chão
(Brincadeira, hahahahaahahahaha)
Mas escrever do amor, fazer belos poemas, construir lindas rimas e prosas, é doído,
quem não escreve, nem imagina o parto, primeiro, no minimo saber um pouco de portuguêis (ui, sinistro), ter uma boa literatura, parece que não mas ajuda muito, outro, o não menos importante... A musa (e não é a do Brasileirão 2009, aquela desgraça nem sabe que existo)
De quando em quando me pego acreditando até mesmo em contos da carrócinha...
Mas, vamos adiante, estou vendo que já estou a começar com as piadinhas infames.
Certa feita Edith cantou:

Non... je ne regrette rien Não! Eu não lamento nada...
Ni le bien qu'on ma fait, Nem o bem que me fizeram
Ni le mal - tout ça m'est bien égal! Nem o mal - isso tudo tanto faz!

Admito que isso é verdadeiro... mas, logo depois ela mata logo de vez a dor do coração com:

Avec mes souvenirsCom minhas lembranças
J'ai allumé le feu, Acendi o fogo
Mes chagrins, mes plaisirs, Minhas mágoas, meus prazeres
Je n'ai plus besoin d'eux! Não preciso mais deles!


Balayé les amoursVarridos os amores
Avec leurs trémolos E todos os seus temores
Balayés pour toujours Varridos para sempre
Je repars à zéro... Recomeço do zero.

E olha que ouvir ela cantar é lindo, porém se estiveres com dores de corno, estarás encrencado, lamuriarás mais que puta sem macho.
Voltando...
Nunca me arrependi
Ja chorei sim, diversas vezes
Quem nunca chorou por amor?
Quem nunca tomou umas cachaças chamando pelo nome da pessoa amada?
Todos temos nossa cachaça, nosso vinho, nosso ópio!
Se faria tudo de novo?
Com mais afinco, força, vontade, e insanidade.
Se hoje possuo uma musa?
Ela é ciente?
Sim... agora se algo vai acontecer, só o tempo responderá!
Fico feliz apenas de saber que não sou um castrado sentimental...




Ah! desejam que eu responda o que é este famigerado sentimento chamado amor?
Nunca me responderam... Se não sabe, problema de vossa indescência

Ileniel Nunes
ileniel@hotmail.com

13 dezembro 2009

Elisa Lucinda

Da chegada do amor


Sempre quis um amor
que falasse
que soubesse o que sentisse.

Sempre quis uma amor que elaborasse
Que quando dormisse
ressonasse confiança
no sopro do sono
e trouxesse beijo
no clarão da amanhecice.

Sempre quis um amor
que coubesse no que me disse.

Sempre quis uma meninice
entre menino e senhor
uma cachorrice
onde tanto pudesse a sem-vergonhice
do macho
quanto a sabedoria do sabedor.

Sempre quis um amor cujo
BOM DIA!
morasse na eternidade de encadear os tempos:
passado presente futuro
coisa da mesma embocadura
sabor da mesma golada.

Sempre quis um amor de goleadas
cuja rede complexa
do pano de fundo dos seres
não assustasse.

Sempre quis um amor
que não se incomodasse
quando a poesia da cama me levasse.

Sempre quis uma amor
que não se chateasse
diante das diferenças.

Agora, diante da encomenda
metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar
o desenho
do invólucro e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.

Contudo
sempre quis um amor
que me coubesse futuro
e me alternasse em menina e adulto
que ora eu fosse o fácil, o sério
e ora um doce mistério
que ora eu fosse medo-asneira
e ora eu fosse brincadeira
ultra-sonografia do furor,
sempre quis um amor
que sem tensa-corrida-de ocorresse.

Sempre quis um amor
que acontecesse
sem esforço
sem medo da inspiração
por ele acabar.

Sempre quis um amor
de abafar,
(não o caso)
mas cuja demora de ocaso
estivesse imensamente
nas nossas mãos.

Sem senãos.

Sempre quis um amor
com definição de quero
sem o lero-lero da falsa sedução.

Eu sempre disse não
à constituição dos séculos
que diz que o "garantido" amor
é a sua negação.

Sempre quis um amor
que gozasse
e que pouco antes
de chegar a esse céu
se anunciasse.

Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.

Sempre quis um amor não omisso
e que suas estórias me contasse.

Ah, eu sempre quis uma amor que amasse.


Poesia extraída do livro "Eu te amo e suas estréias", Editora Record - Rio de Janeiro, 1999.

" ...A felicidade é uma mentira e a mentira traição..."
Assim cantou Renato Manfredini

Para alguns esta frase soa um tanto... Perjorativa, isso depende da leitura e do contexto, em meu inábil ver ele me soa como algo verdadeiro, porém alguem sabe responder o que é a felicidade?

Ao meu ver a felicidade ela é como o humor, uma visão de mundo...

E sim tenho tido uma visão de mundo bem melhor, mas, eu sou mal humorado sim... Então não torrem os pacovás. Ver a força com que alguns amigos e outros que me são mais que bem quistos lutam pela vida, não apenas no quotidiano mas na saúde... me enchem de felicidade e forças para que eu mesmo não desabe e desista, mesmo quando não há para onde correr... Fazer como Fernão Capelo... Nunca desisitir!

Ileniel Nunes

ileniel@hotmail.com


Ah!.... O poema? ele é uma dedicação... para alguem que longe está, mas ao lado sempre.

11 dezembro 2009

Declamação de Erasmo de Rotterdam



Elogio da Loucura
Erasmo de Rotterdam
EMBORA os homens costumem ferir a minha reputação e eu saiba muito bem quanto o meu nome soa mal aos ouvidos dos mais tolos, orgulho-me de vos dizer que esta Loucura, sim, esta Loucura que estais vendo é a única capaz de alegrar os deuses e os mortais. A prova incontestável do que afirmo está em que não sei que súbita e desusada alegria brilhou no rosto de todos ao aparecer eu diante deste numerosíssimo auditório. De fato, erguestes logo a fronte, satisfeitos, e com tão prazenteiro e amável sorriso me aplaudistes, que na verdade todos os que distingo ao meu redor me parecem outros tantos deuses de Homero, embriagados pelo néctar com nepente (8). No entanto, antes, estivestes sentados, tristes e inquietos, como se há pouco tivésseis saído da caverna de Trofônio (9). Com efeito, como no instante em que surge no céu a brilhante figura do sol, ou como quando, após um rígido inverno, retorna a primavera com suas doces aragens e vemos todas as coisas tomarem logo um novo aspecto, matizando-se de novas cores, contribuindo tudo para de certo modo rejuvenecer a natureza, assim também, logo que me vistes, transformastes inteiramente as vossas fisionomias. Bastou, pois, a minha simples presença para eu obter o que valentes oradores mal teriam podido conseguir com um longo e longamente meditado discurso: expulsar a tristeza de vossa alma. Se, agora, fazeis questão de saber por que motivo me agrada aparecer diante de vós com uma roupa tão extravagante, eu vo-lo direi em seguida, se tiverdes a gentileza de me prestar atenção; não a atenção que costumais prestar aos oradores sacros, mas a que prestais aos charlatães, aos intrujões e aos bobos das ruas, numa palavra, a que o nosso Midas (10) prestava ao canto do deus Pã. E isso porque me agrada ser convosco um tanto sofista: não da espécie dos que hoje não fazem senão imbuir as mentes juvenis de inúteis e difíceis bagatelas, ensinando-os a discutir com uma pertinácia mais do que feminina. Ao contrário, pretendo imitar os antigos, que, evitando o infame nome de filósofos, preferiram chamar-se sofistas (11), cuja principal cogitação consistia em elogiar os deuses e os heróis. Ireis, pois, ouvir o elogio, não de um Hércules ou de um Solon, mas de mim mesma, isto é, da Loucura. Para dizer a verdade, não nutro nenhuma simpatia pelos sábios que consideram tolo e impudente o auto-elogio. Poderão julgar que seja isso uma insensatez, mas deverão concordar que uma coisa muito decorosa é zelar pelo próprio nome. De fato, que mais poderia convir à Loucura do que ser o arauto do próprio mérito e fazer ecoar por toda parte os seus próprios louvores? Quem poderá pintar-me com mais fidelidade do que eu mesma? Haverá, talvez, quem reconheça melhor em mim o que eu mesma não reconheço? De resto, esta minha conduta me parece muito mais modesta do que a que costuma ter a maior parte dos grandes e dos sábios do mundo. É que estes, calcando o pudor aos pés, subornam qualquer panegirista adulador, ou um poetastro tagarela, que, à custa do ouro, recita os seus elogios, que não passam, afinal, de uma rede de mentiras. E, enquanto o modestíssimo homem fica a escutá-lo, o adulador ostenta penas de pavão, levanta a crista, modula uma voz de timbre descarado comparando aos deuses o homenzinho de nada, apresentando-o como modelo absoluto de todas as virtudes, muito embora saiba estar ele muito longe disso, enfeitando com penas não suas a desprezível gralha, esforçando-se por alvejar as peles da Etiópia, e, finalmente, fazendo de uma mosca um elefante. Assim, pois, sigo aquele conhecido provérbio que diz: Não tens quem te elogie? Elogia-te a ti mesmo. Não posso deixar, neste momento, de manifestar um grande desprezo, não sei se pela ingratidão ou pelo fingimento dos mortais. É certo que nutrem por mim uma veneração muito grande e apreciam bastante as minhas boas ações; mas, parece incrível, desde que o mundo é mundo, nunca houve um só homem que, manifestando o reconhecimento, fizesse o elogio da Loucura.

...

Dizei-me por obséquio: um homem que odeia a si mesmo poderá, acaso, amar alguém? Um homem que discorda de si mesmo poderá, acaso, concordar com outro? Será capaz de inspirar alegria aos outros quem tem em si mesmo a aflição e o tédio? Só um louco, mais louco ainda do que a própria Loucura, admitireis que possa sustentar a afirmativa de tal opinião. Ora, se me excluirdes da sociedade, não só o homem se tornará intolerável ao homem, como também, toda vez que olhar para dentro de si, não poderá deixar de experimentar o desgosto de ser o que é, de se achar aos próprios olhos imundo e disforme, e, por conseguinte, de odiar a si mesmo. A natureza, que em muitas coisas é mais madrasta do que mãe, imprimiu nos homens, sobretudo nos mais sensatos, uma fatal inclinação no sentido de cada qual não se contentar com o que tem, admirando e almejando o que não possui: daí o fato de todos os bens, todos os prazeres, todas as belezas da vida se corromperem e reduzirem a nada. Que adianta um rosto bonito, que é o melhor presente que podem fazer os deuses imortais, quando contaminado pelo mau cheiro? De que serve a juventude, quando corrompida pelo veneno de uma hipocondria senil? Como, finalmente, podereis agir em todos os deveres da vida, quer no que diz respeito aos outros, quer a vós mesmos, como, — repito — podereis agir com decoro (pois que agir com decoro constitui o artifício e a base principal de toda ação), se não fordes auxiliados por esse amor próprio que vedes à minha direita e que merecidamente me faz as vezes de irmã, não hesitando em tomar sempre o meu partido em qualquer desavença? Vivendo sob a sua proteção, ficais encantados pela excelência do vosso mérito e vos apaixonais por vossas exímias qualidades, o que vos proporciona a vantagem de alcançardes o supremo grau de loucura. Mais uma vez repito: se vos desgostais de vós mesmos, persuadi-vos de que nada podereis fazer de belo, de gracioso, de decente. Roubada à vida essa alma, languesce o orador em sua declamação, inspira piedade o músico com suas notas e seu compasso, ver-se-á o cômico vaiado em seu papel, provocarão o riso o poeta e as suas musas, o melhor pintor não conquistará senão críticas e desprezo, morrerá de fome o médico com todas as suas receitas, em suma Nereu (34) aparecerá como Tersites, Faão como Nestor, Minerva como uma porca, o eloqüente como um menino, o civilizado como um bronco. Portanto, é necessário que cada qual lisonjeie e adule a si mesmo, fazendo a si mesmo uma boa coleção de elogios, em lugar de ambicionar os de outrem. Finalmente, a felicidade consiste, sobretudo, em se querer ser o que se é. Ora, só o divino amor próprio pode conceder tamanho bem. Em virtude do amor próprio, cada qual está contente com seu aspecto, com seu talento, com sua família, com seu emprego, com sua profissão, com seu país, de forma que nem os irlandeses desejariam ser italianos, nem os trácios atenienses, nem os citas habitantes das ilhas Fortunadas. Oh surpreendente providência da natureza! Em meio a uma infinita variedade de coisas, ela soube pôr tudo no mesmo nível. E, se não se mostrou avara na concessão de dons aos seus filhos, mais pródiga se revelou ainda ao conceder-lhes o amor próprio. Que direi dos seus dons? É uma pergunta tola. Com efeito, não será o amor próprio o maior de todos os bens?
...
(Texto Completo)


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O texto por si só é quase que auto-explicativo, mas é bom lerem a obra completa para firmarem uma idéia melhor sobre o todo.
Não sou um entusiasta da literatura tecida por religiosos, é muita evocação do divino, parece que estou em uma porra de sermão de igreja... Sendo que nem de igreja eu gosto (aos dez anos coloquei fogo em uma.... sim conseguiram salver ela a tempo. Phoda!), mas a literatura do Erasmo mesmo abordando em alguns pontos a evocação da dinvindade Cristã, em outras e ele evoca asdivindades míticas... o que torna a leitura interessante, além da forma como ele coloca o ser humano em uma de suas verdadeiras facetas... Escarrando para fora o que muitos temem expor, onde o ser não deve termer ser ele mesmo, e não o que desejam que ele seja, observação acerca dos relacionamentos (aí putada, ficar no ninguém me ama, ninguém me quer, é o mesmo que dizer eu não me amo, então se foda sózinho, some de perto de minha pessoa)...
eu como sou cético, dúvido alguem chegar a ler até esta ultima linha, e não é passar a porra dos olhos e falar: já li, legal, e não entender porcaria nenhuma... alias, quando o povo começar a ler de verdade, e procurar compreender as coisas, menos problemas terão!

Ileniel Nunes
ileniel@hotmail.com

25 novembro 2009

Cazuza, um idiota morto.


Esse cidadão dizia "todos os meus heróis morreram de overdose". E era aplaudido.

É ... DEVIAM COLOCAR o txt abaixo NUM OUTDOOR LÁ NA PRAÇA CAZUZA, NO LEBLON...
Psicóloga x Cazuza!

Esta mensagem precisa ser retransmitida para todas as FAMÍLIAS!
Uma psicóloga que escreveu, corajosamente algumas verdades.

Uma psicóloga que assistiu ao filme escreveu o seguinte texto:
'Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados..
Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?
Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.
São esses pais que devemos ter como exemplo?
Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora..
Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.
Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.
Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.
Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?
Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.
Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissesem NÃO quando necessário?
Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor .
Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos.
Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.'

Karla Christine
Psicóloga Clínica

Leu ?

Concorda com a psicóloga?
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Ok! Vamos lá (um dia me canso destas merdas, eu juro!)....

Cazuza era um péssimo exemplo aos jovens, nossa... minha adolescência foi marginal mesmo, acabo de descobrir.... (Adoro Jim, Jimmy, Janis, Lou, Iggy, Beethoven, só marginal.....)
Mas vale apena ver desenho do Tom e Jerry, onde são ensinadas a arte de como ser cinico, sacana e maldoso... É, legal a ótica!
Huuuum... Já sei esta pessoa que escreveu o email, se é psicóloga ou não (cago e ando para isso), deveria ser ater aos seguintes fatos: 1º Ídolos possuem pés de barros; 2º Só segue a mesma filosofia destes os mente fracas ou quem quer ver o regaço mesmo; 3º Alguém por favor me mostre um herói que não tenha sido canalha; 4º Opiniões assim demonstram a FALTA DE CONSCIÊNCIA do ser, e o respeito para com a liberdade de cada um, que faz uso dela como bem convier, claro que arcará com as devidas conseqüências, ou simplesmente mais um religioso com a devida falta do que pensar, já que não pode beber, fumar, trepar, a não ser passar o dia pensando em como arrumar mais trouxas para ficar igual ele, BITOLADO e prezo a valores que não são condizentes a todos, o estilo de vida de cada um é de responsabilidade ímpar, copia quem quer...
Ou alguém vai me dizer que devo me espelhar em Benedito 16??? Pedófilo, e defensor de um dos pilares do fuhrer, ops! Esqueci nem todos gostam de ler os fatos, mas enganados como idiotas...
fui!!!!!

Ileniel Nunes
ileniel@hotmail.com

Será que fizemos escola? Adoramos ser iludidos mesmo, esta é a verdade.

Não vou nem comentar....

A vergonha é tamanha, pensei estar lendo sobre o brasil, mas me deparo com um texto, onde me faz lembrar, que adoramos viver de ilusões, resolvi ser bem extenso em duas matérias duas matérias que parecem incongruentes... Mas para quem for inteligente, entenderá o que eu digo!


Ileniel Nunes



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19/11/2009

A luta desesperada de Medvedev contra a corrupção

Der Spiegel
Uwe Klussmann e Matthias Schepp
Não é todo dia que um membro graduado do círculo mais interno do poder escreve um livro revelador no qual ele descreve o fim do próprio sistema que criou. E isso explica por que um livro, escrito sob um pseudônimo, mas que acredita-se ser obra de um certo Vladislav Surkov, está causando furor em Moscou. Surkov é o principal ideólogo do Kremlin ou, conforme o descreve o general aposentado da KGB, Alexei Kondaurov, seu ex-parceiro político, um "gênio do cinismo".

O romance, "Okolonolya" ("Próximo a Zero"), está sendo classificado como "ficção de gangsterismo", mas os gângsters políticos descritos nas suas
112 páginas são muito reais. O autor pinta um quadro chocante da capital russa, com o seu comércio de "escritórios, medalhas e bônus". É um local no qual as verbas do governo são sugadas e injetadas nos bolsos de mulheres, amantes e sobrinhas. "A corrupção e o crime organizado, ao lado das escolas e da polícia, são os pilares da ordem social", explica um oficial do serviço de inteligência que é colega do personagem principal.

Provavelmente não existe nenhum outro país europeu - nem a Itália de Silvio Berlusconi, nem a Romênia pós-comunista - no qual os cargos políticos e a riqueza estejam tão fortemente entrelaçados quanto na Rússia. "Esse mal criou raízes profundas no nosso país e assumiu formas particularmente repugnantes", disse o presidente Dmitry Medvedev em uma entrevista a "Der Spiegel" no início de novembro. O suborno e o nepotismo são encontrados em todas as estruturas públicas, desde o sistema de saúde até os tribunais. No ano passado, a Rússia ficou empatada com o Quênia, Bangladesh e a Síria no 147º lugar na Lista de Percepção da Corrupção elaborada pela Transparência Internacional.

"Desde a liderança política até os governos locais, nós estamos emaranhados na corrupção", afirmou Medvedev, acrescentando que este mal tornou-se bastante aceito pela população russa. "Nos países de vocês, na Europa, os motoristas não retiram automaticamente as carteiras dos bolsos ao serem parados por um policial de trânsito", disse o presidente aos jornalistas. Segundo Medvedev, a ideia de que o suborno se constitui em crime precisa ser assimilada pelos cidadãos.

Prisões arbitrárias
Alguns dias depois, um perturbado policial da cidade portuária de Novorossiysk, no Mar Negro, fez denúncias na internet. Alexei Dymovsky, da divisão de combate ao narcotráfico, denunciou os depoimentos obtidos por meio de extorsão, provas forjadas e prisões arbitrárias. Ele escreveu que gravou 150 horas de declarações comprometedoras feitas por seus colegas e superiores, e disse que desejava falar com o primeiro-ministro Vladimir Putin em pessoa. Pouco depois, um ex-policial da República de Komi acrescentou os seus comentários, escrevendo a respeito "das investigações fabricadas contra cidadãos inocentes". Aquele foi um raro exemplo de funcionários públicos rebelando-se publicamente contras os seus superiores e as condições em que se encontram as instituições policiais na Rússia. Dymovsky foi imediatamente demitido.

Segundo a pesquisa, os únicos indivíduos que os russos temem mais do que a própria polícia são os terroristas. Somente 30% da população acredita que os policiais respeitam a lei. De fato, a corrupção permeia todos os aspectos da vida cotidiana na Rússia, o país de maior área territorial do mundo. Um cidadão russo precisa pagar propina para marcar uma cirurgia com um bom médico, comprar para a filha preguiçosa as notas escolares necessárias para que ela seja aceita em um curso universitário ou convencer funcionários públicos entediados a prorrogar o prazo de validade de seu passaporte para uma viagem planejada de férias.

Os empresários evitam inspeções constantes por parte do corpo de bombeiros e das agências de saúde pública e meio ambiente entregando envelopes com dinheiro a funcionários públicos. Segundo um estudo feito pela Fundação Ciência da Informação para a Democracia, com sede em Moscou, todos os anos, na Rússia, paga-se um total de US$ 319 bilhões
(R$ 548 bilhões) em propinas. Com uma população de
142 milhões de habitantes, isso equivale a uma média de mais de US$ 2.000 (R$ 3.400) por pessoa.

5% para as autoridades
Em um pequeno escritório no subsolo, perto do Kremlin, Vladimir Ryzhkov, um político oposicionista e ex-membro do parlamento russo, está compilando uma lista de casos em que burocratas arrancaram propinas de companhias. Em Krasnoyarsk, uma cidade siberiana de cerca de um milhão de habitantes, uma companhia que fabrica móveis teve que desembolsar dezenas de milhares de rublos em propinas para que funcionários do governo certificassem os seus produtos. Em Izhevsk, uma cidade menor situada entre o Rio Volga e os Montes Urais, uma companhia de construção civil paga uma taxa ilegal de 5% às autoridades por cada contrato firmado.

Funcionários públicos e políticos ocultam estes seus lucrativos negócios usando parentes e laranjas. "A maioria dos burocratas faz negócios por fora", acusa Ryzhkov. A construção de alguns quilômetros de novas estradas custa ao contribuinte russo quatro vezes mais do que na Europa.
Isso se deve em parte aos invernos rigorosos do país, mas, também, em grande escala, ao fato de o pagamento de propinas ser a regra, e não a exceção, em se tratando de concessão de contratos pelo governo.

Para Ryzhkov, a separação entre o poder político e a corrupção econômica não passa de conversa fiada. "Se a revista de negócios 'Forbes'
publicasse uma lista honesta dos russos mais ricos, a metade da lista seria composta por ministros e outras autoridades governamentais", afirma Ryzhkov.

Processos contra jornalistas
Como proprietária de uma companhia de construção civil, a mulher do prefeito de Moscou, Yury Luzhkov, amealhou uma fortuna de bilhões de dólares. O prefeito, que está no cargo há 17 anos e é também um membro graduado do partido de Putin, o Rússia Unida, explica que o sucesso da mulher se deve aos seus excepcionais talentos empresariais. Luzhkov deve ter percebido esses talentos quando a sua atual mulher ainda era a sua secretária. O casal tem movido com sucesso processos judiciais contra os jornalistas que acusam os dois de praticar nepotismo.

Como o povo russo sabe que os seus líderes continuam a encher os bolsos com dinheiro público, o apelo de Medvedev por uma reforma moral de pouco adianta no âmbito da sociedade como um todo. Para que se perca toda a esperança, basta observar mais detalhadamente o parlamento do país, a Duma. Ao contrário do parlamento alemão, ou Bundestag, a Duma não é um conjunto de advogados e funcionários públicos, mas sim um clube de celebridades e milionários. Além de ex-atletas famosos, as cadeiras do parlamento russo estão preenchidas pelos novos ricos e, ocasionalmente, por sombrios "bisnesmeni". É um segredo de Polichinelo o fato de que muitas cadeiras nos parlamentos custaram aos seus donos milhões de dólares.

Após o colapso da União Soviética e o período de capitalismo descontrolado da década de 90, uma ordem social com traços feudais estabeleceu-se na Rússia; um sistema no qual os líderes políticos comportam-se como senhores feudais no controle das suas propriedades.

O primeiro-ministro Putin arrumou empregos para amigos e aliados em companhias governamentais recém-criadas. O seu colega, Medvedev, ansioso para expandir a sua própria base de poder, está atualmente perseguindo esse indivíduos. Em um caso específico, a procuradoria-geral investigou a Companhia Russian Venture, que teria embolsado irregularmente cerca de 600 milhões de euros (R$ 1,54 bilhão), o que resultou na renúncia do diretor da empresa.

Reino dos ricos
Mais de 100 milhões de euros (R$ 257 milhões) em verbas da companhia estatal de aviões OAK e das suas subsidiárias foram desviados para a aquisição de companhias de construção naval no leste da Alemanha, que foram subsequentemente privatizadas por meio de companhias offshore. Os estaleiros, nos portos bálticos de Warnemünde e Wismar, faliram. A procuradoria pública de Moscou está atualmente investigando o caso.

Membros da Duma relatam casos de ministros que só aprovaram verbas para a modernização de aeroportos de províncias depois que companhias associadas a eles receberam contratos de construção antecipadamente, sem licitação.

Até mesmo o Partido Comunista encontrou o seu nicho no novo capitalismo russo e no reino dos ricos. Enquanto o presidente do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, criticava incansavelmente a "legitimidade do capitalismo crítico" no "Pravda", o jornal do partido, os seus colegas na Duma obtinham grandes vantagens do sistema. O seu colega de partido Igor Edel é uma prova viva de que é possível atacar o "capitalismo burocrata" e, ao mesmo tempo, beneficiar-se dele. Edel, um ex-comerciante atacadista, administra uma companhia estatal de construção de estradas na área de Moscou. Ele é também membro do parlamento.

Muito tarde para consertar?
Os jornais de Moscou de vez em quando publicam matérias sobre as disparidades entre os salários dos políticos e os seus dúbios rendimentos secundários. Em um determinado caso, Lyubov Sliska, o vice-presidente da Duma, que ganha um salário mensal equivalente a 1.600 euros (R$ 4.100), declarou que 85 mil euros (R$ 218 mil) em dinheiro vivo, bem como relógios e joias caros, foram levados da sua casa em um roubo ocorrido em 2006. E, conforme foi anunciado pelo respeitado jornal empresarial "Wedomosti", o presidente tchetcheno Ramzan Kadyrov foi visto usando um relógio de 200 mil euros (R$ 514 mil), enquanto que o vice-prefeito de Moscou, Vladimir Resin, aparentemente exibe um magnífico relógio DeWitt Pressy Grande Complication - que custa cerca de 700 mil euros (R$ 1,8 milhão). Os relógios de 7.000 e 21 mil euros (R$
18 mil e R$ 54 mil) usados, respectivamente, pelo primeiro-ministro Putin e o presidente Medvedev, são, em comparação, francamente modestos.

Medvedev está introduzindo novas leis para o controle da corrupção - na tentativa de acabar com a autêntica zombaria que esta prática se constitui para com os seus planos de reforma e modernização. Ele está aposentando governadores que durante anos administraram os seus distritos como se fossem senhores feudais e está exigindo que os ministros e autoridades do governo revelem os seus bens.

Medvedev é também o patrão de Vladislav Surko, o vice-chefe da administração do Kremlin, e o suposto autor do romance "Próximo a Zero".
O livro-revelação termina com a sentença otimista: "Não é muito tarde para consertar a situação". Será que não?

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Ps: Juro que achei ser o Brasil....
Tão igual!

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25/11/2009

"Pai dos Pobres" provocou milagre econômico no Brasil

Der Spiegel
Jens Glüsing
O Brasil é visto como uma história de sucesso econômico e sua população reverencia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um astro. Ele está na missão de transformar o país em uma das cinco maiores economias do mundo por meio de reformas, projetos gigantes de infraestrutura e explorando vastas reservas de petróleo. Mas ele enfrenta obstáculos.
Elizete Piauí aguarda pacientemente por horas à sombra de uma mangueira. Ela calça sandálias de plástico e veste um short largo sobre suas pernas finas. A 40ºC, o ar tremula neste dia incomumente quente na Barra, uma pequena cidade no sertão, o coração do Nordeste brasileiro. Mas Elizete não se queixa, porque hoje é seu grande dia, o dia em que se encontrará com o presidente, que está trabalhando para fornecer água encanada para sua casa.

O barulho de um helicóptero sinaliza sua chegada. A aeronave branca sobrevoa a multidão antes de pousar. Uma escolta de batedores acompanha o presidente até a cerimônia.

Lula sai da limusine vestindo uma camisa branca de linho e um chapéu militar verde. Ignorando os dignitários locais em seus ternos pretos, Lula segue direto para a multidão atrás de uma barreira de segurança. "Lula, Papai!", chama Elizete. Ele a puxa até seu peito e aperta a mão de outros na multidão, permitindo que as pessoas o toquem, façam carinho e o abracem. Gotas de suor correm pelo seu rosto corado enquanto pessoas o puxam pela camisa, mas Lula se deixa embeber na atenção. Ele se sente em casa aqui, em uma das regiões mais pobres do Brasil.

O presidente passa três dias viajando pelo sertão. Ele conhece a rota. Ele veio à região pela primeira vez há 15 anos, em campanha, viajando de ônibus e ficando hospedado em locais baratos. Ele fazia paradas em todas as praças, sete ou oito vezes por dia, geralmente realizando seus discursos na traseira de um caminhão. Sua voz geralmente ficava rouca e fraca à noite e ele tinha que trocar sua camisa suada até 10 vezes por dia.

'Ele ainda é um de nós'
Agora ele viaja de helicóptero e carros blindados, com os carros da polícia, com suas luzes piscando, abrindo o caminho ao longo das estradas. Voluntários montam aparelhos de ar condicionado e bufês nos aposentos de Lula, às vezes até mesmo estendem um tapete vermelho. A imprensa critica as despesas, mas isso não incomoda a maioria dos brasileiros, porque eles têm orgulho de seu presidente. Ele chegou ao topo, eles argumentam, então por que não desfrutar de seu sucesso? "Ele ainda é um de nós", diz Elizete, "porque ele é o pai dos pobres".

Lula está familiarizado com o destino dos nordestinos pobres do Brasil. Ele nasceu no sertão, mas sua mãe colocou seus filhos na traseira de um caminhão e os levou para São Paulo, 2 mil quilômetros ao sul. A posterior ascensão de Lula ao poder começou nos subúrbios industriais de São Paulo. Sua mãe foi uma das centenas de milhares de pessoas carentes que deixaram o sertão atormentado pela seca, com seus campos ressecados e animais morrendo de sede, e migraram para o sul mais rico, para trabalhar como porteiros, garçons, operários de construção ou empregados domésticos.

Em um plano para tornar verde esta região árida, Lula está explorando as águas dos 2.700 quilômetros do Rio São Francisco, um rio vital para grandes partes do Brasil. O rio fornece água para cinco Estados, mas ele passa em torno do Sertão. Segundo o plano de Lula, dois canais desviarão água do rio por 600 quilômetros até as áreas atingidas pela seca. "É o mínimo que posso fazer por vocês", Lula diz às pessoas na Barra.

Projeto controverso
O megaprojeto, que exige a superação de uma diferença de altitude de 200 metros, tem um custo estimado de R$ 6,6 bilhões. Lula posicionou soldados na região para escavar os canais. Oito mil trabalhadores labutam nos canteiros de obras enquanto tratores e escavadeiras movem a terra pela estepe. Se tudo correr bem, 12 milhões de brasileiros se beneficiarão com o projeto de transposição de águas, que deverá ser concluído em 2025. É o maior e mais caro projeto de Lula, assim como provavelmente seu mais controverso.

Aqueles que o apoiam comparam Lula ao presidente americano Franklin D. Roosevelt, que represou o Rio Tennessee nos anos 30, para fornecer eletricidade à região, e que lançou o New Deal, um imenso programa de investimento para superar a Grande Depressão. Mas os críticos veem a obra como um imenso desperdício de dinheiro. O projeto também atraiu a ira dos ambientalistas e até mesmo o bispo da Barra já fez duas greves de fome contra ele. Ele teme que o projeto de transposição das águas secará ainda mais o rio, alegando que a irrigação beneficiaria principalmente o setor agrícola.

O bispo não está presente. Dizem que ele está participando de reuniões fora da cidade. Na verdade, o religioso está mantendo discrição. As críticas ao presidente são desaprovadas por sua congregação. Lula fala a linguagem das pessoas comuns, contando histórias de sua juventude aos seus simpatizantes, histórias dos tempos em que sua mãe o enviava para buscar água e ele voltava para casa equilibrando um balde pesado sobre sua cabeça. Ele tinha cinco anos na época.

O Brasil já foi chamado de "Belíndia", um termo cunhado por um empresário que via o vasto país como uma mistura entre a Bélgica e a Índia, um lugar com riqueza europeia e pobreza asiática, onde o abismo entre ricos e pobres parecia intransponível. Lula foi o primeiro a construir uma ponte entre os dois Brasis.

Agora ele é tanto o queridinho dos banqueiros quanto ídolo dos pobres. Com o chamado presidente operário no comando, o Brasil está atraindo investidores de todas as partes do mundo. Jim O'Neill, o economista chefe do Goldman Sachs, inventou a sigla Bric para as economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia e China, prevendo um futuro brilhante para o gigante sul-americano. Mas seus colegas zombaram dele. A China e a Índia certamente tinham perspectivas, mas o Brasil? Por décadas o país era visto como um gigante acorrentado, atormentado por crises infindáveis e inflação.

Potência econômica ascendente
Mas hoje o "B" é a estrela entre os países Bric, com os especialistas prevendo um crescimento de até 5% para a economia brasileira em 2010. O Brasil está atualmente crescendo mais rápido do que a Rússia e, diferente da Índia, não sofre de conflitos étnicos ou disputas de fronteira. O país de 192 milhões de habitantes possui um mercado doméstico estável, com as exportações - carros e aeronaves, soja e minério de ferro, petróleo e celulose, açúcar, café e carne bovina - correspondendo a apenas 13% do produto interno bruto.

E como a China substituiu os Estados Unidos como maior parceira comercial do Brasil no início deste ano, o país não foi severamente afetado pela recessão no mercado americano como poderia ter sido. Os bancos do Brasil são fortes, estáveis e não encontraram grandes dificuldades durante a crise. Mais importante, entretanto, é o fato do Brasil ser uma democracia estável, ao estilo ocidental.

O país pagou sua dívida externa e até mesmo passou a emprestar ao Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo acumulou mais de US$ 200 bilhões em reservas e o real é considerado uma das moedas mais fortes do mundo. Especialistas internacionais preveem uma década de prosperidade e crescimento para o país. Lula prevê que o Brasil será uma das cinco maiores economias do planeta em 2016, o ano em que o Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos. O país será sede da Copa do Mundo de 2014.

E ainda há os recursos naturais aparentemente ilimitados do Brasil, vastas reservas de água doce e petróleo. O Brasil exporta mais carne do que os Estados Unidos. E a China estaria em dificuldades sem a soja brasileira. Nos hangares da fabricante de aviões, a Embraer, perto de São Paulo, engenheiros brasileiros constroem aviões para companhias aéreas de todo o mundo, incluindo aviões para trajetos menores para a Lufthansa.

Um patriarca extremamente popular
Em outras palavras, o presidente Lula tem bons motivos para estar repleto de autoconfiança. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o estão cortejando, enquanto Wall Street praticamente o venera. Ele é até mesmo tema de um novo filme, "Lula, o Filho do Brasil", que descreve a saga de sua ascensão de engraxate a presidente.

Todo o Brasil desfruta da fama de seu presidente que, há menos de sete anos no poder, atualmente conta com um índice de aprovação acima de 80%. A oposição praticamente desapareceu e o Congresso se tornou submisso. Lula dirige o país como um patriarca, tanto que seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, o está acusando de "autoritarismo" e alertando que o Brasil está no caminho de um capitalismo estatal.

Há um quê de verdade nas alegações de Fernando Henrique. Lula nunca teve confiança na capacidade do mercado de curar a si mesmo e considera que o Estado deve moldar uma nova ordem social. Ele adora projetos impressionantes e gestos nacionalistas. Ele é pragmático, mas despreza especuladores. "Brancos com olhos azuis" levaram o mundo à beira da ruína financeira, ele disse recentemente. Ele falava dos banqueiros.

A crise financeira apenas confirmou o ceticismo de Lula em relação ao capitalismo. Lula acredita que o Brasil lidou melhor com a crise do que outros países porque o governo adotou medidas corretivas desde cedo. Segundo Lula, o combate à pobreza e a distribuição justa de renda não podem ficar aos cuidados do mercado.

Classe média crescente
Sob sua liderança, milhões de brasileiros ingressaram na classe média. A evidência dessa transformação social está por toda a parte: nos shopping centers do Rio e São Paulo, lotados de famílias barulhentas da periferia, ou nos aeroportos, onde mães jovens ficam na fila do balcão de check-in, aguardando para embarcar em um avião pela primeira vez em suas vidas. "A desigualdade entre ricos e pobres está começando a diminuir", diz o economista e especialista em estudos sobre a pobreza, Ricardo Paes de Barros.

A chave para aquela que provavelmente é a maior redistribuição de riqueza na história brasileira é o programa social Bolsa Família, sob o qual uma mãe carente que possa comprovar que seus filhos estão frequentando a escola recebe até R$ 200 por mês do governo. A primeira vista pode não parecer muito, mas este subsídio do governo ajuda milhões de pessoas a sobreviverem no Nordeste brasileiro.

Especialistas inicialmente criticaram o programa como sendo apenas uma esmola, mas agora ele é visto como um modelo mundial. Mais de 12 milhões de lares recebem os subsídios, com grande parte do dinheiro indo para o Nordeste. Graças ao programa Bolsa Família, a região antes atingida pela pobreza começou a prosperar. Muitos nordestinos abriram pequenas empresas ou lojas e a indústria descobriu o Nordeste como mercado. "Agora a região está crescendo por conta própria", diz Paes de Barros.

Lula foi abençoado pela sorte. Seu antecessor, Fernando Henrique, já tinha estabilizado a economia, que sofria com a hiperinflação, quando foi ministro da Fazenda em 1994. Ele impôs uma reforma da moeda ao país e implantou leis que forçaram o governo a adotar políticas com responsabilidade fiscal. Lula não mudou nada disso.

Não havia necessidade de Lula reinventar a política econômica e social do Brasil. O país tem uma tradição de controle total da economia pelo governo que remonta aos anos 30.

O plano Marshall próprio do Brasil
Os centros nervosos da política econômica do país ficam abrigados em dois imponentes arranha-céus no centro do Rio. O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que conta com seus escritórios em uma torre de aço e vidro, foi criado com a ajuda americana e usando o KFW Banking Group da Alemanha como modelo. Ele financiou uma versão brasileira do Plano Marshall.

Nos anos 90, o BNDES administrou com sucesso a privatização de muitas estatais brasileiras. Hoje, ele fornece assistência a fusões e aquisições corporativas, ajuda empresas em dificuldades e financia os investimentos estratégicos do governo.

O BNDES é altamente respeitado. Acredita-se que seja em grande parte livre de corrupção e ele paga os mais altos salários do país. "Há um ano, os bancos estrangeiros batiam à minha porta perguntando se o Brasil estava preparado para a crise financeira", diz Ernani Teixeira, um dos diretores financeiros do banco. Teixeira conseguiu tranquilizá-los, notando que o BNDES tinha separado R$ 100 bilhões em reservas adicionais. No ano passado, o banco emitiu mais empréstimos e garantias de empréstimos do que o Banco Mundial - e até apresentou um lucro respeitável.

O segundo pilar do milagre econômico brasileiro fica diagonalmente no outro lado da rua: um bloco de concreto, iluminado à noite com as cores nacionais, verde e amarelo, é a sede do grupo de energia semiestatal Petrobras. A empresa planeja investir US$ 174 bilhões nos próximos quatro anos em plataformas de perfuração, navios e outros equipamentos para explorar as grandes reservas de petróleo além da costa do Brasil.

Há um ano e meio, a Petrobras descobriu novas reservas de petróleo sob o leito do oceano. Mas o petróleo será difícil de extrair, por estar situado abaixo de uma camada de sal em profundidades de pelo menos 6 mil metros. A expectativa é de que os poços comecem a produzir daqui pelo menos seis anos. A receita desse petróleo será depositada em um fundo que o governo usará principalmente para financiar novas escolas e universidades.

Lula apresentou recentemente uma legislação que regulamentaria a exploração das reservas de petróleo submarinas, fortalecendo assim o monopólio da Petrobras. Especialistas temem que Lula esteja criando um monstro corporativo poderoso e corruptível.

Obstáculos burocráticos
O imenso apagão que ocorreu simultaneamente em grandes partes do país, há duas semanas, teria sido um sinal de alerta de que o governo está indo além de sua capacidade? A modernização da infraestrutura decrépita do Brasil está avançando, mas lentamente. Bilhões de dólares em investimentos em portos, construção de estradas e no setor de energia existem apenas no papel, com a implantação atrapalhada por uma burocracia kafkaniana e um Judiciário moroso. Além disso, o país também não teve muito sucesso no combate à criminalidade.

Lula tem mais um ano no poder, após ter resistido à tentação de manipular a Constituição para garantir sua reeleição para um terceiro mandato. Ávido em preservar seu legado, ele tem buscado a indicação de sua ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como sua sucessora, apesar da resistência dentro do próprio Partido dos Trabalhadores.

Rousseff, que foi integrante dos grupos guerrilheiros de esquerda após o golpe militar de 1964 e que posteriormente passou anos presa, tem uma reputação de tecnocrata competente, mas é vista como inacessível e autoritária. Ela está acompanhando o presidente em suas viagens pelo país, inaugurando novas estradas e usinas elétricas. Lula a apoia de modo tão determinado que até parece estar fazendo campanha para si mesmo.

Ela também está com ele em seu giro pelo Nordeste, apesar dos médicos terem removido um tumor de sua axila há poucos meses. Acredita-se que ela esteja curada e ela atualmente usa uma peruca após a quimioterapia. Seu rosto é pálido e seu sorriso parece congelado. O presidente a puxa para o seu lado quando ele caminha até o microfone, e ele menciona o nome dela repetidas vezes.

Elizete Piauí, ainda completamente embriagada pelo seu encontro com Lula, a viu pela televisão. Ela sabe que Dilma é a candidata de Lula e ela fará campanha pela ministra, apesar de que preferiria que Lula permanecesse no poder. "Eu votarei em qualquer pessoa que ele indicar", ela diz.

Lula também prometeu retornar. Antes do fim de sua presidência, ele planeja fazer outra viagem ao Nordeste para ver o quanto progrediram as obras no Rio São Francisco. Talvez, espera Elizete, ele terá atendido seu maior desejo até lá e ela poderá servir a ele um copo de água - de sua própria torneira, em sua própria casa.

Tradução: George El Khouri Andolfato


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Ps: Não se esqueçam que nada é novo, apenas política de continuidade de algo que já foi planejado direcionado e com execução iniciada....

20 novembro 2009

Quem não dá assistência, abre concorrência













Você homem da atualidade, vem se surpreendendo diuturnamente com o "nível" intelectual, cultural e, principalmente, "liberal" de sua mulher, namorada e etc.

Às vezes sequer sabe como agir, e lá no fundinho tem aquele medo de ser traído - ou nos termos usuais: "corneado". Saiba de uma coisa... esse risco é iminente, a probabilidade disso acontecer é muito grande, e só cabe a você, e a ninguém mais evitar que isso aconteça ou, então, assumir seu "chifre" em alto e bom som.

Você deve estar perguntando porque eu gastaria meu precioso tempo falando sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me chamando a atenção já há tempos.

Mas o que seria uma "mulher moderna"?

A princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante...

É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços...

É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...

Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer...

Assim, após um processo "investigatório" junto a essas "mulheres modernas" pude constatar o pior:

VOCÊ SERÁ (OU É???) "corno", a menos que:

- Nunca deixe uma "mulher moderna" insegura. Antigamente elas choravam. Hoje, elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.

- Não ache que ela tem poderes "adivinhatórios". Ela tem de saber - da sua boca - o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.

- Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol...) mais do que duas vezes por semana, três vezes então é assinar atestado de "chifrudo". As "mulheres modernas" dificilmente andam implicando com isso, entretanto elas são categoricamente "cheias de amor pra dar" e precisam da "presença masculina". Se não for a sua meu amigo... bem...

- Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele ex bom de cama é grandessíssimo.

- Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As "mulheres modernas" têm um pique absurdo com relação ao sexo e, principalmente dos 20 aos 38 anos, elas pensam em - e querem - fazer sexo todos os dias (pasmem, mas é a pura verdade)...bom, nem precisa dizer que se não for com você...

- Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é????

Nem pense em provocar "ciuminhos" vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.

- Em hipótese alguma deixe-a desconfiar do fato de você estar saindo com outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo ao um "chifre" tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS "comedor" do que você...só que o prato principal, bem...dessa vez é a SUA mulher.

Sabe aquele bonitão que, você sabe, sairia com a sua mulher a qualquer hora. Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece...Quando você reparar... já foi.

- Tente estar menos "cansado". A "mulher moderna" também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de antigamente - "dar uma", para depois, virar pro lado e simplesmente dormir.

- Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam se cruzando em "baladas", "se pegando" em lugares inusitados, trocavam e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A "mulher moderna" não pode sentir falta dessas coisas...senão...

Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão "quem não dá assistência, abre concorrência".

Deste modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas "mancadas"... proteja-a, ame-a, e, principalmente, faça-a saber disso.

Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele "bonitão" que vive enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!

Arnaldo Jabor

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Creio que não preciso nem abrir a boca para algo exclamar....
Como sou jogado aos quatro cantos da vida como meu herói Charles B. estou sossegado.
Mas um dia pretendo sossegar em outros aspectos.
Abraços e felicidades sempre a todos.

Ileniel Nunes
ileniel@hotmail.com

16 novembro 2009

Clarice Lispector, o sol escuro do Brasil


The New York Times

Tomás Eloy Martinez

Há pouco mais de meio século, a força de transformação da literatura da América Latina assombrava os países centrais, que haviam alcançado a modernidade graças ao desenvolvimento de suas indústrias, suas descobertas tecnológicas, suas redes de comunicação, seus trens e aviões. Mas sua linguagem e sua capacidade de narrar a sociedade estavam apergaminhadas, cansadas, e supriam a falta de ideias e sangue novos com jogos teóricos que não levavam a lugar nenhum. Na América Latina, o afã de criar esse mundo novo expresso pela revolução cubana parece ter se concentrado na literatura.
Enquanto os países do Rio da Prata, México e Colômbia respiravam a plenos pulmões os novos ares, o gigante Brasil mantinha-se impermeável a tudo o que não vinha de si mesmo. O Brasil mudava de pele, mas se alimentava de sua própria música e de sua própria herança literária. Certa vez perguntaram a João Gilberto por que ele fazia tão poucos shows no estrangeiro, onde sua música tinha um sucesso clamoroso.
"Para quê?", respondeu. "No Brasil meu público é tão numeroso como no resto do mundo e, além disso, ele me escuta com mais felicidade".
Em meados do século 20, o grande nome da literatura brasileira continuava sendo o de Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908), que escreveu uma sucessão de obras mestras mediante o simples recurso de observar atentamente a paisagem interior dos pensamentos e dos sentimentos para contá-los de uma maneira incomum, inesperada. Um de seus maiores herdeiros é João Guimarães Rosa, que impressiona mais do que tudo por seu virtuosismo verbal e pelo ouvido finíssimo com que capta a música das vozes do sertão, no nordeste profundo de seu gigantesco país.
Entretanto, a única filha direta e legítima de Machado de Assis é Clarice Lispector, cuja obra misteriosa começa a difundir-se nos Estados Unidos com tanto ímpeto quanto a de Roberto Bolaño. O chileno foi consagrado pela revista The New Yorker, e o influente The New York Review of Books rendeu tributo a Lispector com um ensaio extenso de Lorrie Moore, a jovem deusa do minimalismo.
Moore adverte que a fama magnética de Lispector se deve em parte aos estudos sobre sua obra reunidos por Hélène Cixous, a quem as universidades francesas devem o apogeu dos estudos sobre a mulher. Na França, recorda Cixous, a extraordinária abstração da prosa de Lispector fez com que a vissem como uma filósofa. Quando ela assistiu a um encontro de teóricos sobre sua obra, abandonou a sala na metade da homenagem, dizendo que não entendia uma só palavra do jargão.
Uma das primeiras vezes que se ouviu falar de Lispector em Buenos Aires foi no final dos anos 70, quando circulou a lenda de que ela havia se queimado viva em sua casa no Rio de Janeiro.
Em 1969 o mítico editor argentino Paco Porrúa havia publicado na editora Sudamericana alguns de seus livros: os romances "A Maçã no Escuro", "A Paixão Segundo G.H." e "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres", assim como os admiráveis contos de "Laços de Família". Lispector rompia com todas as convenções da arte de narrar e arrancava de cada palavra um tremor secreto, enigmático. Suas revelações eram como as de um teólogo oriental participando de uma dança ritual africana.
Quando a lemos, deslumbrados, na revista "Primera Plana", pensamos que era imperativo viajar para o Rio de Janeiro para decifrar seus segredos. Sara Porrúa, que na época era mulher de Paco, quis ser a primeira nessa busca.
As primeiras notícias que enviou dissipavam a fábula de que Lispector fora queimada viva. Sua cama havia se incendiado acidentalmente quando dormiu com um cigarro aceso. Mas a haviam resgatado a tempo. Sua estranha beleza tártara (os olhos amendoados e rasgados, as maçãs do rosto salientes, a constante expressão de angústia de seu rosto) havia desaparecido quando queimou o lado direito do corpo, imobilizando-lhe o braço. Nada, entretanto, apagava sua paixão por narrar o mundo.
Sara a encontrou mais algumas vezes e, com sua imagem intensa, inesquecível, perdeu-se nas selvas da Guatemala e transformou-se em personagem de Cortázar.
Dar uma ideia de sua imaginação só é possível através de algumas citações. O começo do romance "Uma Aprendizagem..." (1969) é uma frase que vem do nada. A porta de entrada desse livro é uma vírgula: ", estando tão ocupada, viera das compras de casa que a empregada fizera às pressas porque cada vez mais matava o serviço, embora só viesse para deixar almoço e jantar prontos...".
Antes desse comentário doméstico e trivial, Lispector surpreendeu o leitor com uma advertência que é também uma afirmação de seu ser:
"Este livro se pediu uma liberdade maior que tive medo de dar. Ele está muito acima de mim. Humildemente tentei escrevê-lo. Eu sou mais forte que eu. C.L."
E no final de "Água Viva", ergue a voz: "Não vou morrer, ouviu, Deus? Não tenho coragem, ouviu? Não me mate, ouviu? Porque é uma infâmia nascer para morrer não se sabe quando nem onde. Vou ficar muito alegre, ouviu? Como resposta, como insulto".
Seu desmedido desafio à morte impregna muitas das crônicas reunidas em "Revelación del Mundo", que incluem todas as que escreveu para o Jornal do Brasil entre 1967 e 1973. Outras, inéditas, serão publicadas no ano que vem em espanhol sob o título de "Descubrimientos".
Lispector continua sendo um enigma velado que assombra em cada frase, em cada desvio da vida. Morreu aos 57 anos de um câncer nos ovários, depois de ter passado os últimos anos fechada na solidão de sua casa do Leme, perto das areias de Copacabana.
Seu autorretrato cabe em uma frase: "Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: Como sou misteriosa".

Tradução: Eloise De Vylder

Tomás Eloy Martínez

Analista político e escritor, o argentino Tomás Eloy Martínez é autor de livros como "Vôo da Rainha" e "O Cantor de Tango".


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Vamos lá...

Nunca gostei ou gostarei do estilo dela de escrever, apenas uma questão de gosto, assim como não possuo saco e ou interesse em Guimarães... Prefiro Machado, Olavo, Augusto, Rimbaud, Pessoa e outros. Mas, tudo é apenas questão de gosto literário, porém Paulo Coelho é mostra viva de ignorância literária mesmo, dane-se o seus acólitos e asseclas...

"Mas por que então você publica um texto que fala da Linspector?"

Como eu disse... questão de gosto, por não gostar do estilo deste e ou daquele outro, não me exime de reconhecer a qualidade e a sua capacidade de expor e compor idéias... Além de sua capacidade intelectual que é fascinante...

E outra para todos os bundas moles de plantão que adoram ver novelas, Fazendas e BBBs da vida e outras merdas mais... deveriam aprender a ler, ler e não decifrar a escrita no papel, coisa mais corriqueira e comum. Porém o que mais uma vez me surpreendo é ver como o brasileiro não se interessa por nada que mova o seu diminuto cérebro a pensar... Se não tiver bundas famintas que rebolam não presta, se não for algo escrito por prostituta com historinhas de sacanagem no meio, também não serve, as músicas devem ser singelas fáceis de decorar, com refrões repetitivos com temas que não devem dizer nada com nada, os filmes devem ser DUBRADOS, e também não podem ou devem forçar a pensar, tá certo que nem tudo aqui supra citado é algo exclusivo do brasileiro, mas, estou a falar do Brasil, então fodam-se os demais.

Mas algo me incomoda muito, saber que poucos apenas, possuem interesses em melhoras verdadeiras...

Ileniel Nunes

ileniel@hotmail.com