14 abril 2009

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu
pôs-se na torre a sonhar...

Viu uma lua no céu...
viu outra lua no mar...

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...

Queria subir ao céu...
Queria descer ao mar...
E no desvairo seu, na torre pôs-se a cantar...

Estava perto do céu...
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu as asas para voar.
Queria a lua do céu...
Queria a lua do mar...
As asas que deus lhe deu ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu...
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens)
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Alphonsus de Guimaraens (Afonso Henriques da Costa Guimaraens), nasceu em Ouro Preto (MG), em 1870 e faleceu em Mariana (MG), em 1921. Bacharelou-se em Direito, em 1894, em sua terra natal. Desde seus tempos de estudante colaborava nos jornais “Diário Mercantil”, “Comércio de São Paulo”, “Correio Paulistano”, “O Estado de S. Paulo” e “A Gazeta”. Em 1895 tornou-se promotor de Justiça em Conceição do Serro (MG) e, a partir de 1906, Juiz em Mariana (MG), de onde pouco sairia. Seu primeiro livro de poesia, Dona Mística, (1892/1894), foi publicado em 1899, ano em que também saiu o “Setenário das Dores de Nossa Senhora. Câmara Ardente”. Em 1902 publicou “Kiriale”, sob o pseudônimo de Alphonsus de Vimaraens. Sua “Obra Completa” foi publicada em 1960. Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros, Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mortas.(fonte: Itaú Cultural)
Publicado no livro Pastoral aos crentes do amor e da morte: este poema, integrante da série "As Canções", foi incluído no livro “Os cem melhores poemas brasileiros do século”, Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 2001, pág. 45, uma seleção de Ítalo Moriconi.
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Ismália é um poema singelo, mas ao mesmo tempo fabuloso, me foi apresentado quando eu possuia uns treze anos, eu olhava para ele e não me via no texto, mas ele sempre me foi bem quisto, não sei por que eu sempre guardei esta porra...
Hoje eu descobri por que...

Um comentário:

Daniele Bello disse...

bom, realmente é um poema profundo e sim muito significativo, e sei porque vc o postou tambem, mas quero te falar uma coisa, ha momentos em nossas vidas que o silencio traz as respostas e se vc não parar de rponunciar-se
pense: elas podem nunca chegar a vir.
grande abraço e gostei desse post.